domingo, 31 de dezembro de 2006

O ano passado

O ano passado não passou,
continua incessantemente.
Em vão marco novos encontros.
Todos são encontros passados.

As ruas, sempre do ano passado,
e as pessoas, também as mesmas,
com iguais gestos e falas.
O céu tem exactamente
sabidos tons de amanhecer,
de sol pleno, de descambar
como no repetidíssimo ano passado.

Embora sepultos, os mortos do ano passado
sepultam-se todos os dias.
Escuto os medos, conto as libélulas,
mastigo o pão do ano passado.

E será sempre assim daqui por diante.
Não consigo evacuar
o ano passado.

Carlos Drummond de Andrade


Desejo a todos os amigos, colegas, visitantes, meros curiosos um fim de ano positivo para que entrem em 2007 ávidos de esperança, de objectivos, com um olhar a alcançar o horizonte e não apenas o chão que pisam na hora.

O ano que finda agora, posso já adiantar que em tom de retrospectiva, foi bom. Algo conturbado por momentos, com alguns altos e baixos mas a vida é esta constante inconstância que apimenta, salga e às vezes até amarga a vida mas este é o fado de quem vive... E o que por vezes é mau, torna apenas os bons momentos mais doces, mais límpidos, mais apreciados e apetecidos.

Em 2007 aqui estarei, cheia de vontade de encarar mais um ano de vida, roadeada das pessoas certas! Vou pegar nos cornos de 2007 e deambular pelas lezírias verdejantes da vida!

Um grande abraço a todos que aqui viérem e um EXCELENTE 2007!

sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

És a minha estrela Ricardo!

Onde anda teu sorriso? Em que planeta agora vives? Qual o céu em que brilhas? Queria que fosse no meu! Um dia a tua luz chegou até a minha noite, e a noite encheu-se de estrelas... e a escuridão em que estava submergida, virou dia.
Pensei que seria para sempre, mas veio o amanhecer e o sol quase levou minha estrela... Por ironia ou ciúmes não sei... Só sei que minhas noites ficaram tão escuras sem minha estrela... E as noites que passo sem a estrela a reluzir no meu céu, deixa de haver céu e razão para abrir os olhos e tentar erguer a cabeça em direcção alguma.
Imagino no céu de outras noites, noutro planeta...e eu só queria o endereço do teu novo planeta para nele focar o meu olhar... Se preciso fosse inventaria uma nova lei da física só para no teu planeta poder habitar...
Amo-te mais do que tudo, és a minha estrela guia.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

domingo, 24 de dezembro de 2006

Feliz Natal!

sábado, 23 de dezembro de 2006

Noite de sonho...

Ricardo,
Penso que já merecia também colocar por escrito o que flutua no meu pensamento… É uma óptima terapia, pelo menos para mim! Claro que não preciso de nenhuma terapia mas a escrita ajuda a superar as saudades que tenho de ti!
Quem me dera conseguir explicar e explanar sentimentos, usar os conceitos e teorias que tanto admiro da Filosofia e Psicologia para entender sentimentos como o amor… Tentei buscar por várias vezes, e hoje também.
Andei na Net a pesquisar sobre o Amor:

“Na obra freudiana, o amor é, a princípio, situado do lado da pulsão sexual, enraizando-se no narcisismo primário. Ou seja, amor e sexo compartilham, em sua constituição, o prazer parcial ligado, de início, à boca. Amar como sinónimo de devorar seria, então, a primeira configuração do amor. Além disso, o amor seria independente do ódio (forma mais primitiva de relação com o objecto), opondo-se a este apenas sob a regência do princípio de prazer. Mais tarde, com a introdução do conceito de narcisismo, implicando em que o eu é também objecto da pulsão sexual, Freud distingue duas formas de amar, mas não se descuida de discutir os destinos pulsionais. A escolha amorosa seria marcada, então, pela divisão da libido entre o eu e o objecto, implicando uma super valorização do eu ou do objeto e sendo denominada, respectivamente, narcisista e anaclítica (mais tarde, ligada à identificação e à idealização). O amor, modelado pelas primeiras experiências, e as pulsões sexuais, com seus pontos de fixação, são considerados dois campos distintos, ambos funcionando como se o tempo houvesse parado. É, especialmente, em sua vertente de idealização, na qual o objeto é tomado como fonte de todo bem, que Freud destaca a tendência a uma relação de submissão neurótica a este.”.

O amor é algo difícil de justificar ou até de delinear. E como é mais difícil ainda demonstrar a quem amamos a dimensão do que sentimos, não querendo provar pois as provas são dadas e feitas de forma inconsciente… Porque acho que quem tenta provar de forma consciência e premeditada que ama, na verdade é apenas a si mesmo que quer provar algo e pode até roçar alguma vaidade. Prefiro que entre nós não hajam provas de amor, que tudo seja feito inconscientemente, de forma, pura, espontânea e simples.
O que escreveste que eu deixo de lado as coisas mesquinhas tem razão de ser, afinal quem somos nós? O que é bom e de louvar vem dos pormenores de quem somos? Temos pernas para andar e braços para trabalhar mas o principal vem de dentro, temos uma cabeça que pensa, que raciocina, que sente, sonha, temos um coração que não ama nem sente, mas bombeia sangue e oxigénio para o cér
ebro e a partir daí sim tornamo-nos seres racionais e emocionais.
Copiei o que me escreveste à dias porque foram palavras tão lindas que tive de as guardar… Costumo dizer que palavras leva-as o vento mas somente aquelas que não nos entram na memória ou ditas em actos de leviandade e incoerência. Nada do que me possas dizer ou fazer será esquecido... Ontem foi mais uma noite em que se viu o quão especial tu consegues ser e consegues fazer-me sentir. Tinha de colocar as fotos que tirei, estava lindo!

Amo-te muito Ricardo...

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Feliz Natal!

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Cuidado comigo!

Admito... sou uma rebelde inconsciente e insana que ouve e vê Floribella!
Gosto do risco e o perigo é o meu hobbie predilecto!

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

My shinning Star

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As estrelas acompanham-me sempre na vida... Reluzentes, iluminam-me o semblante.

Desde pequena, na casa de pedra dos meus avós, em plena Cova da Beira, que à noite olhava o Céu estrelado e via estrelas caindo... Nunca consegui agarrar nenhuma mas sei que há sempre uma algures que brilha por mim, que brilha por cada um de nós!

Somos seres de luz, todos nós. Temos de agarrar a felicidade quando esta nos cair nos braços e fazer com que a nossa Estrela brilhe forte. A minha brilha lá no alto, e tenho as 3 estrelinhas tatuadas mais fundo do que a pele: no coração! Uma por mim, outra pelo meu amor pequenino (meu Afonso) e outra pelas pessoas que até hoje significaram e significam tanto para mim. Um dia hei-de tatuar o meu grande amor pelo homem da minha vida, Ricardo Troncão...


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quarta-feira, 6 de dezembro de 2006


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As coisas boas da vida...

1º - Apaixonar-se (desde o início!)
2º - Rir tanto até que as faces doam (hábito comum, não só as faces, mas também a barriga!)
3º - Um chuveiro quente (muito bom depois de acordarmos juntos)
4º - Um supermercado sem filas (poucas vezes, mas contece)
5º - Um olhar especial (todos)
6º - Receber correio (electrónico...)
7º - Viajar numa estrada linda (A23 e a estrada para a Serra da Estrela)
8º - Ouvir a nossa música preferida no rádio (é feitiço porque acontece muito!)
9º - Ficar na cama a ouvir a chuva cair lá fora (no Pinhal Novo ou até no Alcaide...)
10º - Toalhas quentes acabadas de serem brunidas (que termo verborreico)
11º - Encontrar a camisola que se quer em saldo a metade do preço (através do Louro!)
12º - Batido de chocolate, ou baunilha, ou morango (ou pasteis de bacalhau de gelado e luta de gelado!)
13º - Uma chamada de longa distância (para os meus tios...)
14º - Um banho de espuma (ainda não...)
15º - Rir baixinho (no 7 Pecados)
16º - Uma boa conversa (são constantes!)
17º - A praia (ainda não...)
18º - Encontrar uma nota de 20 euros no casaco (ainda não...)
19º - Rir-se de si mesmo (muitas vezes, somos 2 crominhos felizes!)
20º - Chamadas à meia-noite que duram horas (começam muito antes e terminam muito depois!)
21º - Correr entre os jactos de água de um aspersor (ainda não...)
22º - Rir por nenhuma razão especial (por exemplo, quando estamos ca tólinha)
23º - Alguém que te diz que és o máximo (usamos outras palavras, como maravilhoso)
24º - Rir de uma anedota que vem à memória (podes crer!)
25º - Amigos (espectaculares de ambas as partes!)
26º - Ouvir acidentalmente alguém dizer bem de nós (já aconteceu)
27º - Acordar e verificar que ainda há algumas horas para continuar a dormir (quando acordo às 7h...)
28º - O primeiro beijo (que entre nós foi ponderado e até difícil de ser dado!)
29º - Fazer novos amigos ou passar o tempo com os velhos (a amizade é fundamental!)
30º - Brincar com um cachorrinho (que saudades do meu Pepe...)
31º - Haver alguém a mexer-te no cabelo (deitadinha do sofá, até me adormeceres)
32º - Belos sonhos (contigo, amor)
33º - Chocolate quente (Magnum Hot na Serra da Estrela!)
34º - Fazer-se à estrada com amigos (ainda não...)
35º - Balançar-se num baloiço (ainda não...)
36º - Embrulhar presentes (o teu da caixa azul!)
37º - Letras de canções na capa do CD para não errarmos a letra (já não usamos muitos cd's...)
38º - Ir a um bom concerto (André Sardet, se não tivésse esgotado...)
39º - Trocar um olhar com uma bela desconhecida (mau, só se a desconhecida fôr eu!)
40º - Ganhar um jogo renhido (bem, no nosso caso é renhido mesmo, SLB e FCP... mas ganha o meu!)
41º - Fazer bolachas de chocolate (preferimos pipocas!)
42º - Receber de amigos biscoitos feitos em casa (preferimos winho)
43º - Passar tempo com amigos íntimos (muito salutar!)
44º - Ver o sorriso e ouvir os risos dos amigos (muito bom!)
45º - Andar de mão dada com quem gostamos (é um orgulho!)
46º - Encontrar velhos amigos e ver que há coisas que não mudam (o Chico e o Tó Pombo!)
47º - Patinar sem cair (ou patinar a falar...)
48º - Observar o contentamento de alguém a abrir um presente que lhe ofereceste (a minha caixa azul do Sargento Lampas e o teu Borat!)
49º - Ver o nascer do Sol (e o pôr-do-sol e a lua...)
50º - Acordar todos os dias e agradecer outro belo dia (agradeço todos os dias, por ter alguém como tu do meu lado!)


Amo-te Ricardo Troncão!

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

SEE YOU


Viagem até à Cova da Beira

Igreja do Alcaide

Torre... A nossa Torre, da nossa linda aldeia!


Edite e o Titó, um exemplo, modelo a seguir. É um espectáculo o meu tio, tia Fátima, Duarte e Sara! Adoro-vos tanto...


Edite e Ricardo, o homem da minha vida! É contigo... tu sabes!


Edite na fonte da Torre, aguínha bem gelada!


Edite à janela da casa dos tios no Alcaide.


Edite playing an angel!... Just playing...


A bela Cova da Beira, encimada pela Serra da Estrela!


Sanatório da Covilhã, "Tim Burton's Covilhã Nightmare"


Edite na Serra da Estrela e cheia de friiiio!


Edite e Ricardo... O amor resiste ao frio também!


Lindo... E apaixonante...


A foto perfeita, sem dúvida.


Nossa Senhora da Estrela, nos guie e proteja...


Demais!


Edite e Ricardo, almost perfect...

Pose de snowboarder... ou não!


Que friozinho que estava!


Atrás do boneco de neve "anda cá, não me fujas, velhaco!"


A papar neve... Humm, tann fresquinho!


A segura a bola... de neve, claro! E o boneco de neve a assistir!


A atirar neve para o ar...


Que cara de tótó! Gulosa...


No Chalet da Torre a aquecer com um Magnum Hot!


Pedaço de Neve, era maior... mas partiu-se e pronto... saiu asneira! O Esperto atrás!



O fim-de-semana começou cedo, 5ª-feira às 18h da tarde! Uma ida até casa, contigo junto a mim, os 2 de mão dada no carro Esperto… Um belo banhinho, uma roupa previamente escolhida porque a ocasião assim o requeria. Uma seca para ti, enquanto a princesa se arranjava para um jantar mais do que especial!
Eram 20h20 quando conheceste a pessoa que me ajudou a ser quem sou hoje, que tem sido o meu porto de abrigo, a pessoa que faz jus ao nome que tem: Mãe.
Pelo caminho, mordia o lábio freneticamente, enquanto tu me agarravas a mão e nós os 3 metíamos conversa em dia. Os nervos e a ansiedade bloqueavam-me o discurso mas tu, como sempre, tornaste um momento tenso, em algo descontraído, divertido e muito especial. Chegados a Cascais, um pequeno tour pela vila bonita que tanto gosto. A Mercearia esperava-nos na Marina de Cascais. Umas entradas saborosas, uma bebida antes do jantar, uma conversa simples mas que nos meus olhos se reflectia como um momento muito nosso. A meio uma interrupção para um telefonema igualmente importante para a minha tia a avisar da nossa visita ao Alcaide e para contar connosco para jantar.
Sentámo-nos, a escolha do prato foi rápida, e o teu bom gosto trouxe-nos um vinho Fiúza, que nos presenteou o paladar! Caril, gambas, uma escolha excelente, bife com molho de Roquefort… Hum, delicioso! Mousses para finalizar e um remate de café! Depois do jantar, destinava-se um copo no Bar Moinho Dom Quixote. Uma vista maravilhosa pela serra levava-nos até a um recanto no cimo do mar. A escolha foi boa, o staff é que deixava a desejar (brazillian…) e as bebidas também! Boa escolha a da minha mãe: Água das Pedras natural! Mojito com um molhinho de menta por dentro (um bouquet de menta) e um Tequilla Sunrise azedo como o raio! Mas o tiro ao alvo com os amendoins e o playback que fizeste com o Apita o Comboio foi demais!
Uma ida pelo IC 19 até casa, um beijo de boa noite à minha mãe e as malas acompanhavam-me até ao carro Esperto… Cansados mas felizes pela noite ter sido tão especial e ter corrido tão bem, dirigíamo-nos até casa porque o dia seguinte seria igualmente cansativo e forte emocionalmente! Uma noite perfeita, com muitos momentos de amor, finalizado pelo sono dos justos.
Eram já 9h45 de sexta quando acordei, mesmo a tempo da nossa viagem até ao centro do nosso tão querido País. Arrumar as últimas coisas, levar as malas para o carro e uma paragem para gasolina com a constante informação das baguettes a 9 cêntimos! Primeira vez que assisti a um “leilão” de pão! Sem dúvida, caricato!
Ponte Vasco da Gama, uma mensagem ao Balsa, porque a “princesa” gosta de dormir e uma chamada da tua mãe… “Vamos devagar e com cuidado”, disse eu em tom de descanso! A A1 com trânsito, mas a viagem correu bem até Abrantes. Mostraste os pontos de interesse e fomos até ao Aquapolis, ao teu “bebé”!
O See You está no local certo, tem tudo para ser um projecto de futuro promissor! Espectacular! O Sr. António, D. Tina e depois o Jorge… Um almoço muito bom, pelo Chef Tozé e uma mesa cheia de pessoas fantásticas! A vista sobre a ponte ferroviária, o Rio Tejo ali bem ao lado, um sítio cheio de luz natural e humana! A hora já se fazia tarde e tínhamos ainda a A23 até ao Fundão à nossa espera… Lá nos metemos à estrada, com um CD no rádio a animar as hostes, que já por si estavam animadas!
Passámos Castelo Branco, e a minha alegria em estar a chegar à minha terra ia crescendo! Procurava na tua mão o conforto e cumplicidade em ter-te comigo naquele momento. Na entrada do túnel de Alpedrinha e depois no da Gardunha deixou-me eufórica, mal saímos do túnel e vi o Alcaide, as Donas, o Fundão e a Cova da Beira, com as luzes da noite, a alegria despoletou em mim um estado quase infantil! Passámos a saída Fundão Sul, saímos no Fundão Norte, mostrei-te a zona industrial, com fábricas de iguarias da zona (o belo do presunto e dos queijinhos que por lá se fazem), passámos o Hotel Alambique, as zonas comerciais e subimos a Avenida da Liberdade até ao Acrópole para comprar tabaco. A espera deixou-me inquieta e seguimos até ao Alcaide. Passámos o Alcambar, a entrada para Alcongosta e a rotunda das Donas. Mostrei-te a aldeia dos meus pais, e seguimos depois até ao Alcaide.
Um sms à minha prima e ela aparecia disparada ao pé da Torre. Um abraço forte e sentido, umas lágrimas de alegria, de saudade, de tristeza do recordar da última vez que nos vimos! Os meus tios, à volta da lareira, o meu primo Alex e o mais novo homem, o meu primo! As apresentações foram feitas, o jantar estava pronto e as gargalhadas tão próprias da minha família já se entoavam na cozinha! Contavam-se novidades mas com o aproximar da hora do jogo SCP-SLB, o meu tio preparava-se para sair. Levou consigo o meu outro Benfiquista, o meu coração para o café 14. Era o novo sobrinho! Passado pouco tempo, eu e os meus primos fomos até lá.
Matei saudades do café Alcaidense, vi caras que já não via à muito tempo. Bebi aos velhos tempos uma Amêndoa Amarga com a minha priminha… Depois, juntos, fomos até ao Piolho dançar e beber mais uns copos valentes!
O cansaço já pesava, mesmo assim todos demos uns pezinhos de dança. Descontraída, talvez fruto da bebida, dancei perto de ti, e para ti! Uma noite tranquila, num quartinho quente e cobertos de mantinhas quentes! A bebida fez-me ser bruta e fria, não queria tê-lo sido, muito menos contigo… Perdoa-me.
O Sábado ia começar cedo, mas a noite anterior foi tão longa que não houve condições de acordar às 8h como planeado…O descanso merecido prolongou-se mais um pouco e acordámos a tempo de ainda tomar o pequeno-almoço, presente estava o saboroso queijo da Serra, barrado num croissant! Hum, que bom!
O meu tio chegou e preparámo-nos para o almoço em família, só faltava o meu primo Duarte que já andava de volta do “Pinheirinho”, do pessoal de 88 que este ano vai à inspecção militar. Rimo-nos porque a noite para o meu tio também tinha sido longa e com muito “chá” e era notório nos olhos isso mesmo!
A tarde foi a 2, saímos de casa com o arranjo de flores que a minha tia me tinha arranjado, parámos no cemitério das Donas. Vários pedidos de protecção e força, muitas lágrimas derramei sobre a campa das pessoas que trago sempre comigo, que me hão-de guardar até ao dia em que eu jazerei junto deles, os meus avós Maria Margarida e Joaquim Inácio… A paragem era obrigatória, a saudade e nostalgia também. Momentos de silêncio, de respeito da tua parte em consideração à memória daqueles que não conheceste mas que me ajudaram a tornar quem eu sou hoje para ti.
Rumámos até à Covilhã, A23 sempre presente. Subimos pelas ruas da cidade, vimos a UBI, o centro da Covilhã, passámos pelo Hospital Distrital onde o meu irmão nasceu. A pressão ia-se fazendo notar, uma pastilha ajudava a minimizar o efeito. A passagem pelo antigo Sanatório da Covilhã fez-nos imaginar filmes de terror (dos nossos preferidos!) e um possível e-mail para o Tim Burton para uma possível parceria num filme gravado em plena Serra! A vista ia tornando-se cada vez mais bonita mas também cada vez mais inóspita, onde as árvores deixavam de ser a constante para darem lugar a maciços graníticos, desertos de rochas seculares, milenares. Pelo caminho as mensagens de apoio aos ciclistas que durante o Verão atravessam a Serra.
Primeira paragem na Serra para a primeira foto juntos, muito frio lá fora, o equilíbrio da máquina no carro Esperto e os meus queixumes sobre a temperatura muito baixa… O sol iluminava-nos o semblante e o meu cabelo tornava-se de ouro para a fotografia mais bonita que podíamos ter tirado! Um abraço forte e sentido e a viagem prosseguia…
As curvas da Serra, os nossos risos, a troca de olhares e as primeiras manchas brancas de neve ao redor da estrada alegravam-nos como duas crianças! Disse-te que teríamos de parar num sítio muito bonito, um pouco mais à frente, na Nossa Senhora da Estrela, uma imagem gravada numa rocha enorme. Mais uma fotografia para a posterioridade, desejos secretos de protecção e harmonia neste nosso grande amor, mais desejos secretos e sonhos de talvez um dia… Enfim, tu sabes!
Chegávamos à Torre, o Sol tinha ficado para trás e o céu era cinzento, o ar gélido que se entranhava pela roupa. Fomos logo comprar gorros e luvas pois vínhamos desprovidos de roupa para as mãos e cabeça. Uma pequena passagem de modelos e a escolha foi feita. Provámos ainda o queijo da Serra e o presunto que depois não resisti em comprar! Passeávamos pela Torre, com alguma neve e encontrámos um pequeno bonequinho de neve que foi logo alvo da nossa atenção e mais fotografias engraçadas! Por pouco não caí por cima da neve, que loucura! Fomos aquecer os corpos e as almas para o Chalet da Torre, onde bebemos um chocolate quente.
A noite já caía e a viagem tinha de ser agora no caminho inverso. Um pedaço grande de gelo que se partiu e uma asneira saiu-me da boca, que te provocou gargalhadas! Para variar!
Demos 3 voltas à rotunda da Torre porque não conseguíamos perceber para que lado devíamos ir… Lá descemos outra vez.
Lá voltámos nós ao Alcaide outra vez, o quentinho da lareira e o cheiro do jantar já se propagava pelo ar! Hum, que jantar delicioso que nos preparava para uma noite de frio. As conversas iam fluindo, enquanto degustávamos o presunto da Serra, risos e simplicidade (como disse o meu tio, está nos genes!). Por muito tempo que passe longe da minha terra, quando disse “senão ‘tava tchapada”, vi os sorrisos de alegria de eu ser sempre beirã! O jantar na mesa e a noite ia passando. Já começava a ver a hora de ir embora e começava a entristecer-me de lembrar.
Saímos e fomos até ao Alcaidense (Zé Alberto, pós amigos!) onde bebemos café.
Ora, o frio da Cova da Beira é agreste e pedia uma bebida para aquecer, a bela da Amêndoa Amarga! Ao despique com o meu primo Duarte, um J&B e um Cutty Sark vieram até nós e bebemos cada um whisky de penalti… “Tâma”, aguentei-me forte! Depois fomos até ao Piolho, o quente do bar deixou-me mole e pouco ou nada dancei para ti mas as nossas conversas na mesa foram sérias e ditas com plena consciência. São sonhos e desejos partilhados.
Neste fim-de-semana encontrei e revi amizades de anos atrás. Os meus amigos alcaidenses são demais, como eu vos adoro e admiro! Fomos depois até ao English Bar no Fundão. Mal entrámos deste de cara com um ex-camarada, o Robalo… O mundo é pequeno mesmo! Adorei a noite, divertidos, cúmplices, foste uma excelente companhia! O cansaço pesou e viemos embora na hora certa. Chegados ao Alcaide fizemos o convívio e até falei com um primo do lado dos Ferro. Um sms da minha prima Sara alertava-nos que não havia chave… Devem ter batido à porta!
Vimos os vasos, os miúdos de 88 a montarem o “Pinheirinho” e rimo-nos com as expressões (“vai busquá-la”, “cum catano”, entre outras), e rimos com as bebedeiras! Não fosse o frio, teria sido umas horinhas ali na Praça do Alcaide, com 2 grandes amigos meus, e agora nossos, o Tó Pombo e o Chico. O maluco do Fábio animava as hostes e nem o cão deixava dormir! O frio era cruel e percebi pela tua cara que estava na hora de irmos para casa descansar porque o frio já se estava a entranhar nos ossos. A noite tinha de terminar da melhor forma, a rir com as meias que tinhas calçado e que andavam na muda do pêlo (só pode!), sentado no chão do quarto a limpar os pés com toalhitas Huggies! Só tu! Fiz algo que te deixou contente, o à-vontade entre nós tem sido crescente e vesti o pijama à tua frente e olhavas para mim… Por fim, aconchegámo-nos um ao outro, ouvimos as 6 badaladas da torre da igreja e adormecemos (talvez eu primeiro, como é hábito).
No Domingo chegava a hora de irmos embora. Acordámos tarde, já perto da hora de almoço e descemos até à cozinha. Um almoço em família, já em tom de despedida. Depois de almoço seguiam-se as arrumações mas a moleza falou mais alto e dormimos um pouco… Até às 17h! Acordámos sobressaltados, arrumámos as nossas roupas e um banho quente preparava-nos para a viagem de volta a Lisboa. Os meus primos já rumavam a Leiria e nós também nos preparávamos para a vinda. Um abraço sentido ao Duarte, uns conselhos de prima e um convite para uma visita a Lisboa, um abraço aos meus tios Tó e Fátima e a constante melancolia e tristeza que me dão quando chega a hora de me vir embora. Desta vez custava menos porque ia ter a tua presença e a tua mão junto da minha…
A A23 encaminhou-nos até Sul, os segredos e confidências não se guardam num cofre ou baú, no nosso caso guardam-se dentro do carro Esperto!
Esse Domingo foi menos doloroso na hora de me deixares em casa e ires até à Ota pois o fim-de-semana foi tão maravilhoso, tão especial que não havia lugar para ficarmos tristes!
Desde 5ª a Domingo, rodeados de amigos especiais, meus e teus! Bem haja a todos!
Quem me dera que 5ª-feira chegue rápido outra vez para te poder abraçar, meu amor!
Amo-te e és tu o “TAL”, o meu príncipe encantado!

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Cova da Beira


Um dos "Centros do Mundo", além do Pinhal Novo, da Amadora, de Baleizão e do Alcaide! A terra que me viu ir crescendo! A minha Cova da Beira é linda!