segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Alcaide

Freguesia do Alcaide

Distando 6 km da sede do concelho, a freguesia de Alcaide está situada num monte das faldas da serra da Gardunha, dominando a bela e fértil Cova da Beira.
“A Cova da Beira é um jardim, e o Alcaide um dos seus mais formosos canteiros”. Alguém definiu assim o Alcaide que, no dizer de José Mendes, “desfruta como nenhuma outra terra da região, das melhores panorâmicas de todo o espaço que vai da Gardunha à portentosa Estrela.
Segundo a tradição, foi esta terra fundada no domínio árabe por um “al Kaid”, de quem tomou o nome, e que foi governador da Covilhã Velha, fortaleza e povoação pré-nacional que existiu na serra das Casinhas, a cerca de duas léguas daqui. Mas, a origem do topónimo deve-se provavelmente à simplificação da designação inicial de Aldeia do Alcaide, como se depreende das Inquirições de 1290: “a aldeia que chamam do Alcaide dizem as testemunhas que foi do alcaide dom Estevão”. Como se vê, é indubitável, e tudo o mais o prova, que o topónimo Alcaide se deve ao alcaide D. Estevão Anes, da Covilhã, a quem pertenceu todo o território alcaidense. O que não resta dúvida é que o Alcaide é povoação muito antiga.
Nos primeiros tempos da monarquia portuguesa, toda esta região em que Alcaide se insere estaria quase completamente despovoada. Foi nesse contexto que D. Sancho I, sempre preocupado com as questões do repovoamento, concedeu a D. Estevão Anes o senhorio das terras que hoje fazem parte da povoação. A D. Estevão sucedeu seu filho D. João Esteves que atribuiu à localidade a dignidade de vila, que deixa de se chamar Aldeia do Alcaide, passando a ser denominada pelo topónimo actual. Não há conhecimento de ter recebido foral de qualquer dos nossos reis, provando-se assim que a elevação a vila foi obra do seu senhor e donatário que possuía plenos poderes para tal. A atestar os seus tempos áureos de relativa independência, ainda hoje se pode ver a antiga Casa da Câmara, ostentando as armas reais manuelinas. O pelourinho foi demolido no tempo do governo pombalino, época em que foi criado o concelho do Fundão (Junho de 1747), ao qual o Alcaide ficou a pertencer desde então.
Quanto à paróquia de S. Pedro de Alcaide, foi instituída no século XIII, como igreja própria dos senhores da honra, que apresentavam, por direitos de fundação, o abade. Depois, passou a ser do padroado real, como a posse da terra, por extinção, provavelmente, da estirpe possuidora legalmente da honra.
A igreja matriz é um templo antigo, espaçoso, de três naves com oito pilares de granito. A fachada conserva um portal românico. A capela-mor abre-se num arco românico, recentemente posto a descoberto. São dignos de nota os altares de talha dourada e algumas imagens e pinturas dos séculos XVII e XVIII. Junto da igreja fica a torre, considerada uma das mais notáveis, senão a mais notável no género, da diocese da Guarda. De sólida construção, é toda de granito, com uma escadaria de 60 degraus colocados em espiral. Foi edificada em 1694.



Actividades económicas: Agricultura, apicultura, pecuária, indústria de serração, carpintaria, mobiliário, serralharia civil, construção civil, comércio e serviços
Festas e Romarias: S. Macário (3.º domingo após a Páscoa) e Festas de Verão da Liga dos Amigos de Alcaide (durante o Verão)
Património: Igreja matriz, torre sineira, capelas da Senhora da Oliveira, de S. Sebastião, de S. Macário, de Santo António, de S. Francisco e do Espírito Santo, casa brasonada (antigo edifício da Câmara), calvário e diversos fontanários
Outros Locais: Monte de S. Macário, Portela da Gardunha, Praça Comendador Joaquim Gil Pinheiro e jardim
Gastronomia: Cavacas, esquecidos, borrachões e pão-de-ló
Artesanato: Cestaria em verga, tapeçaria de Arraiolos, pintura de quadros e telas, moldagem em barro, escadas de madeira, rendas e bordados regionais
Colectividades: Liga dos Amigos de Alcaide, Casa do Povo e Associação Agrícola “Cereja Alcaide”, Grupo de Bombos do Alcaide
Orago: S. Pedro


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