Hoje recordei-me dos bons momentos que vivi no Alcaide, uma aldeia na Cova da Beira onde o "bem haja" é expressão sentida...
Bem haja os momentos que lá vivi, que me trazem saudades, que me trazem uma lágrima ao olho quando lembro que ali já fui feliz.
Sinto-me privilegiada em ter podido conhecer duas realidades díspares, a urbana e a rural, pois desde os meus 15 dias de vida que viajava entre a Amadora (Lisboa) e o Alcaide, Donas (Fundão). A agitação, alguma insegurança, o reboliço da urbe dava lugar à pacatez, generosidade da vida beirã.
Aqui o contacto com o animais de chapa e ferro, vulgo automóveis, lá eram as cabras a pastarem, as galinhas, os coelhos, as raposas que vaguevam pela noite em busca de alguma galinha fugida...Os cheiros mudam, e até o ar gélido que vem da Serra da Estrela parece que me inunda de um bem estar indiscritível. As calçadas feitas em paralelos de granito, as casas humildes, as cerejeiras a brotar em flores, as braseiras que nos aqueciam o corpo e hoje aquecem-me a história de quem hoje sou.
Invade-me a lembrança dos meus avós, que eu sei que onde estiverem hão-de zelar por mim, como sempre o fizeram quando eu era uma "cachópa".
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