quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

1/4 de século...

De um século, tirei um quarto para viver.

Para completar a casa da vida só me faltam mais três quartinhos, arrumados e aconchegados debaixo dos cabelos brancos que mais cedo ou mais tarde irão aparecer sem serem convidados.

Fui feliz até agora, a balança pende para o saldo positivo. Já vi e ouvi, deixei páginas em branco para o que falta escrever deste livro inacabado que há-de ser a vida.

Há um ano atrás escrevia isto e mais sobre o 30 de Janeiro de 1983 que deve ter sido um dia tão bonito para aqueles que esperavam por mim como o de hoje está a ser para mim... Parabéns a mim e à pessoa que tenho sido; à minha família que está comigo e àqueles que já partiram; aos meus amigos que guardo no coração e que lembro sempre e à minha cara-metade, ao homem amigo, namorado e muito mais que todos os dias me parabeniza na qualidade de mulher e me presenteia com felicidade!

Autoretrato (um achado no Poetry Café)

25 anos, quarto de século passado
cabelo curto e grisalho,
olhar esverdeado, rasgado e triste.
Poeta sempre, apaixonado,
cavaleiro andante por ideais batalho
bramindo poemas como espadas em riste.

25 anos, ombros magros, médio alto,
barriga boémia descuidada,
face trigueira rosada e risonha.
Coração sempre em sobressalto
mas trago nele o nome da amada
e nos lábios o poema com que ela sonha.

25 anos, quarto de século bem gasto
olho para trás e vejo o que fiz
tudo o que tive e o que estou a ter
sei o que quero, e para o que quero basto
sou a teu lado, amado feliz
e isso é tudo amor, o que eu quero ser.

De João Natal

Agora vou despachar-me que os minutos das minhas 24horas urgem e quero ir aperaltar-me!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

MADA

Amar demais ou ser mal amada?
Mulheres que Amam Demais e Co-Dependência... Tudo Anonimamente!

"Pessoas que sofrem de dependência afectiva são conhecidas por "Mulheres que Amam Demais" devido ao livro de Robin Norwood com o mesmo nome. Para algumas pessoas amar é sinónimo de sofrer. As pessoas que Amam Demais (Homens ou Mulheres) são atraídas por parceiros distantes, perturbados ou temperamentais e ignoram os “bons rapazes” que consideram aborrecidos. Põem de parte os amigos e interesses para estarem sempre disponíveis para o parceiro. E muito embora estar com ele seja um tormento, sentem-se vazios sem ele.

Quando o amor é sinónimo de sofrimento, estamos a prejudicar-nos a nós próprios e a destruir a nossa auto-estima. Neste blog tentamos detectar os comportamentos que nos causam sofrimento e corrigi-los, de modo a que possamos desfrutar do amor sem a dor que acompanha a dependência emocional. Partilhando as nossas histórias, experiências e desabafando, podemos aprender uns com os outros, melhorar o nosso comportamento, a nossa vida e atingir a felicidade no amor e no dia a dia."

O texto acima foi um copy dum movimento que anda por aí a assustar os bons costumes em Lisboa que se intitula de MADA - Mulheres que Amam Demais Anónimas.
Admito que quando tal me chegou aos Emílios tive medo... Onde é que este mundo vai parar? Há agora uma fórmula matemática para cálculo de quanto uma mulher pode amar e padecer de dor no caso de ser rejeitada? Se calhar até há e havia por aí uns quantos membros suficientes para uma sondagem mas não me daria jeito nenhum dar mais argumento a essas MADAianas que andam por aí! Melhor, é uma nova psicologia aplicada sobre como contornar esses obstáculos do coração!
O amor não se mede nem quantifica, vive-se, partilha-se e respeita-se.
Para dançar são precisos dois e quando não há par... muda-se a música! A minha música a tocar é David Gray, toca alto e a bom som, com o par certo e ideal.


sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Natureza vs Homem

Tropa de Elite

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Volksmusik

Liebe grüss fur alles freundes!
Bin ich verrückt? Cantem e animem-se!



Saudades da Alemanha, em breve nas autobahns desse lindo país!

Baker Street - Gerry Rafferty



Corria o ano de 1978, Gerry deu-nos até hoje uma das mais belas músicas.
Seriam os ares da Escócia? Ou o puro malte a aquecer um coração que hoje em dia faz corações baterem acelerados?
O meu acelera e bate em uníssono com o teu.

Demon vs Heartbreaker



More than a kiss.

Para ti, meu amor!

A Idade...


... do que é.
... do porquê.
... do não.
... do se.
... do quando.

Na idade do que é, questionamos a quem de direito o que os nossos sentidos captam mas ainda não interpretam. É a fase da "esponja" de conhecer. Aí usamos a parte mais sensorial de nós.
Eu soube que as placas eléctricas queimavam quando colei uma mão (e a direita) em cima dela. A direita porque sou dextra e colei porque não sabia que doía. Aprendi rápido.
Não sabia que jogar à bola dentro de casa fazia estragos, nem que o vidro partia facilmente e que também cortava. Aprendi rápido! Aprendi a sentir a chuva, a guardar o enjoo de uma longa viagem, das pessoas queridas que nos dão beijinhos e nos chateiam de tantos mimos.
Aprendi a confiar em mãe, pai, irmão. Aprendi a não confiar em que me tentava dar rebuçados.
"Mãe, o que é azul?"; "Pai, o que é a água?"; "Mano, o que é ser grande?"... O que é repetido vezes sem conta, repetindo a ânsia de saber, saber. O que era mistério nessa altura não é mais, depois vamos subindo pelas outras idades e descobrindo verdades boas, verdades más, mentiras convenientes e mentiras incompletas... O que é que eu trouxe desses tempos? Carinho, conforto, tristeza escondida e camuflada.

Na idade do porquê já começamos a usar a água de saber absorvida na "esponja" e a questionar. Porquê de ter mãe, pai e mano? E porquê só um? Porque não tiveram mais?
Porquê é fácil perguntar pois temos quem nos responda, nem que seja com respostas curtas e incisivas para não dar azo a mais questões. Mas é isso que dá piada, perguntas sem fio, perguntas a respostas:
"Mãe, porquê o céu é azul?"
"Porque Jesus assim quis um manto claro sobre nós."
"Porquê?"
"Filhota, porque o Pai Dele decidiu..."
"Porquê o Pai decidiu?"
(pausa com respiração funda seguida de 1º e 2º nome para quem tenha) "Porque sim. Agora come isso."
Mas na idade do porquê temos várias fases e as mesmas estão relacionadas com o nosso evoluir. Enquanto estamos apenas juntos dos pais, irmãos, avós e afins, as questões são muito simples... Pior quando nos deparamos com a convivência com outros questionáveis como nós. "Porquê és mais alta do que eu?"; "Porquê tens um estojo rosa?"; "Porquê gosto do menino mais feio da minha turma?"... Era a este evoluir emotivo que queria chegar.
Surgem as questões difíceis e sobre as quais não queremos resposta, as que mexem dentro de nós.

Na idade do não tudo é péssimo. Este não não é o mesmo que aquele que proferíamos face a um prato de canja. É o não quero sentir, não quero acreditar, não quero saber, não quero perder.
Felizmente a minha idade do não foi curta, hoje digo que não mas o negativo saiu e flui em mim apenas a tentativa de ser positiva. Quando a coisa está a sair do caminho, não virar costas mas arranjar solução de contornar obstáculos, não ter um caminho como intransitável mas apenas mais sinuoso.

Na idade do se é tudo muito florido pois são só suposições e ilusões. Contas de cabeça com os algarismos da vida. E quando começam as equações é que se estragam as unidades... Um é um e daí começamos. É bom sermos dois mas como o vinho, a vida precisa de uma boa pipa e de madeira para amadurecer. E não se misturam logo uvas de castas diferentes, nem unidades com dezenas.
Voltamos a esta idade todos os dias, e aí de quem diga que não. Se eu vou por aqui, estarei bem?
Se errar, posso emendar? Na vida não há emendos, não somos mantas de retalhos, nem porcelana colada. O se é bonito mas é volátil como os pensamentos superficiais...

Na idade do quando traz até nós o saudosismo de outros tempos, do mais recente ao mais antigo. Quando pensamos muito atrás, podemos aprender mas também nos podemos enganar. Com a rotina e quotidiano, há dias em que nem à semana anterior conseguimos regressar mas são os acontecimentos e as pessoas que nos fazem recordar dia após dia. "Quando eu era míuda era traquinas" mas a traquinice não morreu, deu foi lugar a responsabilidade, a postura, a consciência. Não perdemos o que ganhámos em anos de vida e ganhamos a cada dia que vivemos plenos de desejo em continuar a inudar a "esponja" de saber.

Nas idades que vamos vivendo, guardamos sempre o melhor. Com os anos a passarem, seleccionamos o que presta e o que não presta, afinal não há memória RAM melhor que a humana!
Vivendo e aprendendo, hoje mais do que ontem e hoje menos que amanhã.