Para completar a casa da vida só me faltam mais três quartinhos, arrumados e aconchegados debaixo dos cabelos brancos que mais cedo ou mais tarde irão aparecer sem serem convidados.
Fui feliz até agora, a balança pende para o saldo positivo. Já vi e ouvi, deixei páginas em branco para o que falta escrever deste livro inacabado que há-de ser a vida.
Autoretrato (um achado no Poetry Café)
25 anos, quarto de século passado
cabelo curto e grisalho,
olhar esverdeado, rasgado e triste.
Poeta sempre, apaixonado,
cavaleiro andante por ideais batalho
bramindo poemas como espadas em riste.
25 anos, ombros magros, médio alto,
barriga boémia descuidada,
face trigueira rosada e risonha.
Coração sempre em sobressalto
mas trago nele o nome da amada
e nos lábios o poema com que ela sonha.
25 anos, quarto de século bem gasto
olho para trás e vejo o que fiz
tudo o que tive e o que estou a ter
sei o que quero, e para o que quero basto
sou a teu lado, amado feliz
e isso é tudo amor, o que eu quero ser.
De João Natal
Agora vou despachar-me que os minutos das minhas 24horas urgem e quero ir aperaltar-me!
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