Para aqueles fantasmas que passaram,
Vagabundos a quem jurei amar,
Nunca os meus braços lânguidos traçaram
O voo dum gesto para os alcançar ...
Se as minhas mãos em garra se cravaram
Sobre um amor em sangue a palpitar ...
Quantas panteras bárbaras mataram
Só pelo raro gosto de matar!
Minh’ alma é como a pedra funerária
Erguida na montanha solitária
Interrogando a vibração dos céus!
O amor dum homem? Terra tão pisada,
Gota de chuva ao vento baloiçada ...Um homem?
Quando eu sonho o amor de um Deus!...
Florbela Espanca
sábado, 13 de maio de 2006
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