quinta-feira, 4 de maio de 2006

Aos meus amigos

«Um dia a maioria de nós irá separar-se.

Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, das descobertas que fizémos, dos sonhos que tivémos, dos tantos risos e momentos que partilhámos.
Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim... do companheirismo vivido.
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida.
Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nas cartas que trocaremos. Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices... Aí, os dias vão passar, meses...anos... até este contacto se tornar cada vez mais raro. Vamo-nos perder no tempo....
Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão: "Quem são aquelas pessoas?" Diremos...que eram nossos amigos e...... isso vai doer tanto! - "Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!" A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...... Quando o nosso grupo estiver incompleto... reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo. E, entre lágrimas abraçar-nos-emos. Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida, isolada do passado. E perder-nos-emos no tempo.....
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades....
Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!" »

Fernando Pessoa
Aos meus amigos, a todos aqueles cuja vida complementa a minha vida da igual forma que a minha vida complementa a dessas pessoas especiais.
É impossível quantificar a amizade, nem tão pouco qualificá-la. É demasiado profundo para se conseguir tamanha façanha e seria injusto. Os amigos não são números, não são bons ou maus, são amigos cujo valor é inestimável.
E as minhas maiores amizades foram criadas das formas mais diferentes, pelos mais diferentes motivos e das mais diferentes formas de pensar e estar. Existem elos muito fortes com estas pessoas especiais.
A família é um dado adquirido, é-nos dada à nascença, tal como o contexto social, económico, histórico. Não nos possibilita escolher onde e com quem vamos viver os primeiros passos, as primeiras quedas, os primeiros choros.
O amigo é conquistado, torna-se um batalha muito pacífica de conjugar e comungar com outra pessoa que o destino pôs no nosso caminho e que partiu de nós abraçá-lo ou simplesmente passar ao lado.
Em mim guardo muitos amores: amor à minha família e as lutas que já combatemos juntos, aos meus familiares que já não estão neste mundo; amor a quem já me fez sentir amada também e me fez sentir a mulher mais linda diante dos seus olhos; amor aos animais; amor aos meus amigos lindos mas o maior amor é o meu, amor aos meus ideiais e a mim mesma.
A todas as pessoas que guardo no coração e no pensamento, queria agradecer a oportunidade em poder-vos amar, em poder rir e chorar convosco, em poder passar dia após dia e saber que a vida nos sorri. Boa ou má, sou eu. Edite, teimosa, orgulhosa mas que se esforça por amar e roubar-vos um sorriso do semblante.
Bem haja!

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